Mário Silva - O método Joventut Badalona

No passado fim-de-semana, uma dezena de treinadores portugueses, participou no Clinic de Ourense desta vez dedicado à Formação: III Escuela de Verano para Entrenadores de Baloncesto de Formación.

Tivemos acesso a informação privilegiada, já que para explicar o Método Joventut contámos com Jordi Marti, o Director Técnico do Clube de Badalona, a principal referência do basquetebol de Formação de Espanha, cuja escola tem mais de 350 jovens e o Clube ganha a maioria dos campeonatos nacionais.

Entendemos agora melhor a Filosofia, o modelo de jogo e a ligação entre escalões de um método muito próprio cujo objectivo principal é criar jogadores para a Liga ACB.

O Juventut é um Clube com grande tradição desportiva cuja organização exemplar tem contudo em conta uma estrutura familiar que procura dentro dela formar os seus quadros técnicos, a maioria deles bastante jovens.

A tarefa dos treinadores passa por potenciar os jogadores de forma a facilitar a sua evolução como atletas e pessoas.

Abordado foi também a tarefa do recrutamento, sem que ninguém tenha posto em causa esta forma de captação de atletas. As regras são claras e as compensações também. Um bom tema para reflexão no nosso país onde ninguém se entende relativamente ao tema. O Juventut recruta e sabe que mais tarde ou mais cedo o Real Madrid ou o Barcelona vão fazer o mesmo (relembrar a transferência milionária de Rick Rubio).

O papel do Director Técnico, como faz a coordenação numa escola que inicia o trabalho com os jovens de 4 anos e que acaba aos 16, com o Clube a ter escalões dos 12 aos Seniores (Liga ACB e LEB), foi bem explicado.

Trabalho técnico individualizado, “Scouting” e treino Físico foram temas interessantes também abordados pelo D.T. que com exemplos concretos deu conta dos objectivos e conteúdos a trabalhar por categoria.

Importante foram as prelecções dos jovens treinadores das equipas Júnior (Lluis Riera), Cadetes (Paco Redondo) e Infantil (Joan Rallo) que falaram sobre: critérios de selecção jogadores , modelo de jogo ofensivo e defensivo e interligação entre os vários escalões.

Como conclusão final valeu a pena termos feitos tantos km. Encontrámos uma realidade bem diferente e regressámos ainda mais motivados e com a certeza que muita coisa tem de mudar no nosso basquetebol para que um dia possamos sonhar com algo semelhante ao que fomos encontrar.

Positivo o facto de comigo terem estado muitos jovens treinadores portugueses cuja vontade de mudar é profunda.

De realçar que fomos muito bem tratados pela organização, com especial destaque para o meu amigo Enrique Fernandez que não deixou de ter palavras de saudação aos portugueses que estiveram presentes nos dois Clinics de Ourense.

Mário Silva - Treinador do Sport Algés e Dafundo e membro do Gabinete Técnico da ABL

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